quinta-feira, 4 de junho de 2009

Projeto leva skate às creches

Skate em Ação é um projeto realizado pela ONG Skate Solidário, com o objetivo de iniciar meninas e meninos a partir de cinco anos na prática do esporte. Monitores especializados desenvolvem este trabalho baseados no diálogo,compreensão, respeito e convivência.

O projeto já visitou diversas creches de São Paulo e São Bernardo do Campo, cidade do ABC Paulista, onde está instalada a sede da ONG.

De acordo com os organizadores, as aulas são ministradas duas vezes por semana com duração de uma hora, durante seis meses. “As nossas principais metas são socializar as crianças através do skate, difundir o esporte na região e promover a integração e inserção social”, conta Marcelo Azevedo, fundador da ONG.

A equipe do SK8 Cidadão visitou o Abrigo São Luís, localizado em São Bernardo do Campo e conheceu de perto o trabalho de Marcelo e seus ajudantes.


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Skate era solução para dias sem ondas






Muito se fala sobre a origem do skate, muitos reivindicaram o posto de criadores do esporte. Segundo Michael Brooke, em The Concrete Wave, o primeiro tipo de skate apareceu antes dos anos 1900, ele parecia mais com um patinete do que com o skate moderno que conhecemos. No entanto, ninguém sabe ao certo quem foi o principal responsável pela criação do carrinho. O skate pode ser considerado uma criação coletiva, já que tudo indica que surgiu como uma idéia compartilhada por vários surfistas californianos, nos anos 1950.





O surf é um esporte que depende das condições naturais para sua prática, ou seja, em dias de mar flat (sem ondas) não é possível “pegar ondas” de maneira satisfatória. Aí que entra o skate, incomodados com esse obstáculo, os surfriders californianos, cansaram de esperar a mãe natureza acenar com boas ondas, e desenvolveram o uma tábua (foram usados pequenos caixotes também) com rodinhas de patins acopladas em sua base.

Era criado o “skateboard”, um esporte que no futuro se tornaria um dos mais populares com importante papel na cultura e comportamento da juventude. Entretanto, no início, o skate era visto apenas como uma diversão, um passatempo quando não havia ondas. Enfim, o carrinho era o plano B durante a espera pelo mar “clássico”. Mas se engana quem pensou que o skate havia atingido seu limite evolutivo como esporte.



No início dos anos 1960, o carrinho se tornou mais conhecido, alcançando jovens não só do litoral californiano, mas de outras partes do globo. Com a criação de empresas especializadas no esporte, as competições também entraram para o mundo sobre rodinhas e equipes de skatistas promoviam o esporte. Segundo o autor de The Concrete Wave, o primeiro campeonato de skate aconteceu em Hermosa, Califórnia em 1963.


Quando tudo pareceu estar a favor, veio a queda na popularidade, os novos praticantes perderam o interesse no esporte e até os eventos foram deixados de lado. Por volta de 1965, muitas empresas fecharam e o skate era então, visto como uma moda passageira. Até o início dos anos 1970 o skate viveu um período estável, sem muita visibilidade. Ainda assim alguns poucos praticantes permaneceram fiéis.

Mas a história dessa modalidade é feita de altos e baixos, e principalmente ousadia, em 1972, Frank Nasworthy, dono de uma surf shop, inventou as rodinhas de uretano que impulsionaram a prática do skate. “Nasworthy sabia o suficiente para reconhecer que as novas rodinhas fariam o skate pular e decolar” disse o jornalista Eric M. Weiss para o Washigton Post, em 2004.

As novas rodinhas permitiam a execução de várias manobras antes impossíveis. O skate assume posição única, seu caminho próprio estava sendo traçado Sem perder as influências do surf, ainda estava por vir expressões como flips, downhill, slalom, half-pipes, e nomes como Rodney Mullen, Tony Hawk e Bob Burnquist, mas isso tudo isso são temas para outros devaneios.

Qualidade de vida é prioridade para a Tribunow

Com o objetivo de divulgar e gerar ações sustentáveis para o meio-ambiente, a ONG Tribunow, realiza desde 1994 projetos no campo do ativismo ecológico e atividades ligadas a assistência, promoção e educação no universo jovem.

A ONG iniciou seus trabalhos na Zona Norte de São Paulo, mas só a partir de 13 de maio de 2007 lançou oficialmente a estratégia de divulgação com a campanha “Ainda há tempo” onde o foco principal são as questões do aquecimento global. O evento que ocorreu no Parque da Juventude, contou com um passeio ciclístico e homenagens aos profissionais da área.

A questão do aquecimento global é o tema principal de todas as campanhas. Para isso a Tribunow recorre a recursos próprios e voluntários. Reciclagem, uso consciente de sacolas plásticas, raízes culturais, e soluções sustentáveis são os temas principais dos trabalhos apresentados.

Marcus Moraes, membro da entidade diz que uma das missões da Tribunow é divulgar o Ambientalismos e conscientizar a sociedade através de ações a serem realizadas em seu cotidiano, que visam melhorias e bem-estar. “Por isso hoje, atendemos pelo nome de Associação Aldeia Global de Proteção, Preservação e Conservação Socioambiental, Cultural e Esportiva, ou simplesmente Tribunow, com o slogan Onde a Justiça Será Feita!”, afirma. A intenção de unir tribos distintas através do esporte e cultura, é a bandeira que a ONG carrega em todos os trabalhos.

Hoje a ONG conta com um podcast, web-tv, cursos e lojas de produtos personalizados. No site oficial é possível acompanhar todas as campanhas que estão sendo realizadas, bem como os próximos eventos.

Cidadania e solidariedade andam de skate


Em um mundo onde o preconceito é constante e a violência crescente, alguns jovens menos favorecidos deixam os seus sonhos de lado e lutam por uma vida melhor. Os momentos de lazer com amigos são trocados por sacrifícios e trabalho duro muitas vezes sem recompensa, e é nesse contexto que o skate, um esporte nem sempre levado a sério, direcionou as suas forças a fazer o bem.

Em 1987 a primeira associação de skate voltada à cidadania nascia em São Bernardo do Campo, após anos de experiência e com o projeto em fase de amadurecimento, em 2005 proporções maiores foram tomadas e o antigo praticante do esporte e também membro da associação Marcelo Azevedo percebeu que poderia aliar o útil ao agradável, "Eu acredito que o skate é uma forma de interação nas atividades sociais de crianças e adolescentes", finaliza com responsabilidade o organizador da creche e ex-skatista.

Foram necessários meses de trabalho e estudos sobre ONGs, além da união de outros membros ao grupo, para que a ONG Skate Solidário fosse registrada como disseminadora de eventos, passeios, construção de pistas, campeonatos e diálogos com a comunidade.

Além de ajudar o próximo, outras preocupações são levadas em conta, como o meio ambiente. O projeto Skate: este carrinho não polui, desenvolvido pela ONG Tribunow em 2007, nasceu de uma iniciativa ligada ao Dia Mundial Sem Carro daquele ano. Com a manifestação de apoio dos skatistas e da sociedade em geral, vindas principalmente pela internet, a ação tomou prorporção maior e outros eventos foram organizados para a conscientização das pessoas, usando o skate como uma das alternativas corretamente ecológicas.

ONG incentiva prática de skate nas escolas

O projeto Skate na Escola, desenvolvido pela ONG Skate Solidário, tem como objetivo estimular o estudo através do esporte. O público alvo são crianças, adolescentes e jovens. Além disso, surgiu como forma de mostrar que é possível unir professores, alunos e sociedade na prática do esporte.

Segundo Marcelo Azevedo, diretor da ONG, a ação incentiva o estudo e enfatiza a prática consciente do skate através de palestras, demonstrações de profissionais e oficinas. “Sabemos a importância do aprendizado para essas crianças, não medimos esforços para mantê-las estudando, mas também queremos demonstrar a evolução deste esporte visto como radical”, explica.

A iniciativa atendeu em 2008 cerca de 5300 alunos, em seis escolas na região de São Bernardo do Campo.

Ouça entrevista realizada com Marcelo Azevedo explicando um pouco mais sobre o projeto.


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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Rebeldia cidadã

Se exite um esporte injustiçado, acho que seria o skate. Nos anos 70, lá na distante Califórnia, jovens surfistas rebeldes criavam uma subcultura que viria a se espalhar pelo resto do mundo no decorrer dos anos. E essa tendência adolescente de rebeldia foi o que mais marcou (e preocupou) os pais e mães que viram seus filhos se encantarem com essa tábua com rodinhas.

No Brasil, o grande boom ocorreu nos anos 90, com a recém-instaurada cultura grunge americana, que era inserida no cotidiano adolescente na forma de grupos de rock de garagem com músicas depressivas e o famoso camisão xadrez. O charme era não estar nem aí para o mundo, curtir um som e andar de skate.

Mas como sempre, os tempos mudaram, e o skate evoluiu. Ficou mais popular e foi ganhando adpetos de todas as classes sociais. Gente rica e pobre dividia a pista de skate do bairro com um único objetivo, ficar tão bom quanto os campeões brasileiros do esporte que fizeram carreira no mundo.

E o skate foi deixando de ser esse instrumento rebelde e discriminado por tantos, para se tornar um orgulho nacional. E como todo orgulho nacional que se preze, logo as pessoas começaram a usar a força da nação sobre rodinhas para melhorar suas cidades.

Inúmeros projetos sociais utilizando o skate como catalisador para modificar a vida de crianças carentes começou a aparecer. Em Brasília, por exemplo, Fábio Campos dá aulas de skate para as crianças carentes iniciantes com o intuito de não só praticar o esporte, mas auxiliar no convívio familiar e social. E seus esforços são amplamente divulgados por sites especializados que não deixam a peteca cair.

Aqui em São Paulo não é diferente. Como você verá nas reportagens a seguir, não são poucas as pessoas que se interessam em ajudar os mais carentes. Mas as que vamos mostrar aqui, o fazem com o skate em baixo dos pés e muitas manobras radicais.